Análise da microbiota fúngica presente em escamas de Bothrops atrox (Serpente: Viperidae) criadas em cativeiro
Resumo
A serpente Bothrops atrox, é amplamente distribuída no bioma Amazônico e também são mantidas em serpentários, que vêm enfrentando o desafio de aprimorar a criação desses animais. Devido à contaminação e a proliferação de fungos na microbiota das serpentes em cativeiro, a preocupação com o bem estar destes animais é grande, pois doenças micóticas em serpentes podem ser fatais. O estudo buscou identificar a microbiota fúngica na epiderme de B. atrox e evidenciar quais fungos apresenta maior ocorrência na região dorsoventral, assim como determinar se a presença dos fungos está associada ao estágio de vida e ao substrato onde se encontram as serpentes criadas no Centro Amazônico de Herpetologia. A coleta foi realizada em 54 serpentes, com o auxílio de um swab estéril, seguida de semeadura em placas de petri contendo meio de cultura ágar batata. O crescimento micótico ocorreu em 6 dias na temperatura ambiente. Foram feitas lâminas para a identificação microscópica. Os fungos identificados colonizando as serpentes foram: Penicillium sp (29 amostras), Aspergillus sp (27 amostras), Phoma sp (1 amostra), Rhizopus sp (2 amostras). Os filhotes do ano de 2017 apresentaram maior presença de fungos, do que os filhotes nascidos no ano 2018. O jornal como substrato apresentou mais fungos do que a serragem. Os gêneros Penicillium sp e Aspergillus sp podem provocar patologias como peniciliose e aspergilose, além de manchas na epiderme e nos olhos. De acordo com os resultados sugere-se a aplicação de antifúngicos na epiderme das serpentes, para assim evitar futuros casos de doenças fúngicas.
Palavras chaves: fungos, jararaca, cativeiro.
Palavras-chave
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