Avaliação microbiológica de queijo Minas Frescal comercializado no município de Duque de Caxias/RJ

Mariana Marques Saleh, Dayse de Fátima Moreira Vargas, Isabela Silva Bastos, Rami Fanticelli Baptista, Alexandre Pina Costa, Maria Carmela Kasnowski, Robson Maia Franco

Resumo


Resumo: O queijo Minas Frescal é um dos derivados lácteos mais consumidos no Brasil, entretanto suas características favorecem o crescimento de microbiota contaminante. Dada a importância da produção de um alimento inócuo e seguro para o consumo e saúde pública, se faz necessária a avaliação dos caracteres microbiológicos do produto. Para a realização deste estudo 19 amostras de queijo Minas Frescal foram obtidas em supermercados de Duque de Caxias/RJ e submetidas às seguintes análises microbiológicas: enumeração de coliformes totais e termotolerantes, contagem de Staphylococcus coagulase positiva e enumeração de Bactérias Ácido Láticas (BAL) a partir de duas diferentes metodologias, usando-se Caldo para Lactobacillus MAN, ROGOSA e SHARPE (MRS) com tubos de Durham e o Caldo de leite em pó reconstituído a 10%, suplementado com 0,05% de glicose e 0,1% de extrato de levedura. Dentre as 19 amostras analisadas, em 10 (52,6%) foi observada contagem de coliformes termotolerantes acima do estabelecido na legislação vigente, todas confirmativas para Escherichia coli. Nas 19 amostras (100%) foram observadas contagens de Staphylococcus coagulase positiva superiores ao permitido em legislação. Com relação à contagem de BAL, além da baixa contagem observada em todas amostras, o método utilizando Caldo MRS foi mais eficaz. Diante dos resultados obtidos, se faz necessária a adoção de medidas que visem a melhoria da qualidade microbiológica da matriz alimentícia e garantia de inocuidade alimentar.


Palavras-chave


coliformes; Staphylococcus spp.; Bactérias Ácido Láticas; inocuidade alimentar; derivado lácteo.

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