Análise da rotulagem de produtos cárneos comercializados em Teresina, Piauí

Thamires Pereira dos Santos, Raizza Eveline Escórcio Pinheiro, Manoel Henrique Klein Júnior

Resumo


No rótulo do alimento devem constar todas as informações fundamentais para que este consumidor saiba o que está adquirindo, assim como fornecer todas as bases necessárias para que os órgãos competentes realizem seu trabalho de fiscalização. Considerando a importância da inspeção dos POA e da rotulagem dos alimentos em geral, esta pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar a rotulagem dos produtos cárneos selecionados, procedentes de estabelecimentos com SIF e comercializados em Teresina, PI, por meio da aplicação de checklists elaborados com base na legislação vigente. Foram escolhidas estrategicamente, com base na maior diversificação de produtos e marcas, cinco lojas que representam as cinco redes supermercadistas, sendo quatro de âmbito nacional e uma regional, localizadas na cidade de Teresina, PI. Destas, duas lojas corresponderam a hipermercados, representados pelas letras “A” e “B” e três caracterizados por estabelecimentos que comercializam simultaneamente na forma de atacado e varejo, denominados de “C”, “D” e “E”. Os produtos cárneos selecionados foram: linguiça, bacon, jerked beef e o charque, totalizando 28 rótulos. Os parâmetros analisados foram: identificação do produto e avaliação das condições de comercialização; análise da relação de ingredientes; análise da informação nutricional; análise da rotulagem e análise do fracionamento. Os resultados indicam que a disponibilidade dos produtos estudados no comércio de Teresina é fortemente dependente do abastecimento externo, principalmente de produtos procedentes das regiões sul, sudeste e centro-oeste. Em todos os produtos a rotulagem estava adequada com exceção de uma marca. O fracionamento mostrou-se incorreto em 100% das amostras.


Palavras-chave


fracionamento; legislação; produtos de origem animal; regulamento técnico; fiscalização

Referências


ALMEIDA, F.F.B.A. Rotulagem de alimentos. UCG, Goiânia, GO, 2004. 88p. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso). Engenharia de Alimentos. Departamento de Matemática e Física. Universidade Católica de Goiás, GO, 2004.

ANVISA. Rotulagem nutricional obrigatória: manual de orientação aos consumidores. Educação para o consumo saudável. Brasília: Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Departamento de Nutrição. Universidade de Brasília, 2001b, 45p.

ANVISA. Rotulagem nutricional obrigatória: manual de orientação às indústrias de alimentos, 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Universidade de Brasília, 2005, 44p.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 175, de 08 de julho de 2003. Regulamento técnico de avaliação de matérias macroscópicas e microscópicas prejudiciais à saúde humana em alimentos embalados. D.O.U., 10 de julho de 2003. 2003a.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no. 163, de 17 de agosto de 2006. Rotulagem nutricional de alimentos embalados (complementação das resoluções nº 359 e nº 360, de 23 de dezembro de 2003). D.O.U., 21 de agosto de 2006, s. 1, 2006.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no. 259, de 20 de setembro de 2002. Regulamento técnico sobre rotulagem de alimentos embalados. D.O.U., 23 de setembro de 2002, 2002a.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Resolução no. 359, de 23 de dezembro de 2003. Aprovar o regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional, D.O.U., de 23 de dezembro de 2003. 2003b.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no. 360, de 23 de dezembro de 2003. Aprovar o regulamento técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, tornando obrigatória a rotulagem nutricional. D.O.U., de 23 de dezembro de 2003, 2003c.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução no. 40, de 8 de fevereiro de 2002.Regulamento técnico para rotulagem de alimentos e bebidas embalados que contenham glútên, constante do anexo desta resolução. D.O.U., 13 de fevereiro de 2002. 2002b.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto nº 30.691, de 29 de março de 1952. RIISPOA: Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, 1952.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto no. 5.903, de 20 de setembro de 2006. Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e dispõe sobre as práticas infracionais que atentam contra o direito básico do consumidor de obter informação adequada e clara sobre produtos e serviços, previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990. D.O.U., de 20 de setembro de 1990, 1990.

BRASIL. Ministérios da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar. Decreto-Lei no. 986 de 21 de outubro de 1969. Institui normas básicas sobre alimentos. D.O.U, de 21 de outubro de 1969, p. 8935. Retificação, D.O.U, de 11 de novembro de 1969, 1969. Alterado pela Lei nº. 9.782, de 26 de janeiro de 1999 e Medida Provisória nº. 2.190-34, de 23 de agosto de 2001.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei no. 10.674, de 16 de maio de 2003. Obriga a que os produtos alimentícios comercializados informem sobre a presença de glúten, como medida preventiva e de controle da doença celíaca. D.O.U., 19 de maio de 2003, 2003.

BRASIL. Presidência da República. Lei no. 6.437, de 20 de agosto de 1977. Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Alterada pelas Leis 7.967, de 22 de dezembro de 1989 e 9.695, de 20 de agosto de 1998. D.O.U., 24 de agosto de 1977.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei no. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. D.O.U., de 12 de setembro de 1990, 1990.

CÂMARA, M.C.C.; MARINHO, C.L.C.; GUILAM, M.C.;BRAGA, A.M.C.B. A produção acadêmica sobre a rotulagem de alimentos no Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 23, n. 1, p. 52-58, 2008.

CODEX ALIMENTARIUS. Codex Stan 1, 1985. Norma general para el etiquetado de los alimentos preenvasados, 2010. Disponível em: http://www.codexalimentarius.net/web/more_info.jsp?id_sta=32. Acesso em: 12 jan. 2015.

FELÍCIO, P.E. Jerked beef. Um sucedâneo do charque criado a partir de uma fraude. Revista ABCZ, v 2, n.7, p.98, 2002.

FERNANDES, M.D.C. Análise de rotulagem de carnes in natura embaladas a vácuo, em Brasília-DF, 2009. 36p. Monografia (Curso de Especialização). Centro de Excelência em Turismo. Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

GONÇALVES, C. Alimento seguro é um direito fundamental, 2010. Sistemas de gestão da qualidade em alimentos. Disponível em: http://www.clovisgoncalves.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=48:foodsafety&catid=36:seguranca&Itemid=56. Acesso em: 26 mar. 2015.

INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Portaria no. 157, de 19 de agosto de 2002. Aprovar o regulamento técnico metrológico, em anexo, estabelecendo a forma de expressar o conteúdo líquido a ser utilizado nos produtos pré-medidos. D.O.U., de 20 de agosto de 2002, s. 1, p. 41-42, 2002.

MAPA. Ministério da Agricultura. Secretaria de Defesa Agropecuária, Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Divisão de Inspeção de Carnes de Derivados. Circular no. 108, de 29 de agosto de 1988. Higiene e controle de umidade do charque, 1988, 1988.

MAPA. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Instrução Normativa no. 04, de 31 de março de 2000a. Regulamentos técnicos de identidade e qualidade de carne mecanicamente separada, de mortadela, de linguiça e de salsicha. D.O.U. Alterada pela Instrução Normativa nº 36, de 13 de outubro de 2011.

MAPA. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Instrução Normativa no. 21, de 31 de março de 2000b. Regulamentos técnicos de identidade e qualidade de patê, de bacon ou barriga defumada e de lombo suíno. D.O.U., 03 de agosto de 2000, s. 1, p. 12-15, 2000.

MAPA. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Instrução Normativa no. 22, de 31 de março de 2000c. Regulamentos técnicos de identidade e qualidade de copa, de jerked beef, de presunto tipo parma, de presunto cru, de salame, de salaminho, de salame tipo alemão, de salame tipo calabres, de salame tipo friolano, de salame tipo napolitano, de salame tipo hamburgues, de salame tipo italiano, de salame tipo milano, de linguiça colonial e pepperoni. Alterada pelas Instruções Normativas no. 55, de 7 de julho de 2003 e 43, de 7 de novembro de 2011.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 22, de 24 de novembro de 2005. Aprova o regulamento técnico para rotulagem de produto de origem animal embalado. D.O.U., s.1, p.15, de 25 de novembro de 2005, 2005.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº. 25, de 2 de junho de 2011. Métodos analíticos oficiais físico-químicos para controle de pescado e seus derivados. D.O.U., 3 de junho de 2011, s. 1, n. 106, p. 34-9, 2011.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa no. 51, de 29 de dezembro de 2006. Adota o regulamento técnico de atribuição de aditivos, e seus limites das seguintes categorias de alimentos 8: carne e produtos cárneos. Retificação, D.O.U., 11 de maio de 2007, s,1, 2007.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Resolução nº 08 de 24 de setembro de 2001. Resolve sobre análise técnica e o registro da rotulagem de produtos de origem animal. D.O.U., 1 de outubro de 2001, s. 1, p. 65, 2001.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Instrução Normativa no. 83, de 21 de novembro de 2003. Aprovar regulamentos técnicos de identidade e qualidade de carne bovina em conserva (corned beef) e carne moída de bovino. D.O.U., 24 de novembro de 2003, 2003.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Circular no. 175, de 16 de maio de 2005. Procedimentos de verificação dos programas de autocontrole, 2005a.

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Circular no. 176, de 16 de maio de 2005. Modificação das instruções para a verificação do PPHO, encaminhados pela circular Nº 201/97 DCI/DIPOA e aplicação dos procedimentos de verificação dos elementos de inspeção previstos na circular nº 175/2005 CGPE/DIPOA, 2005b.

MS. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 29, de 13 de janeiro de 1998. Aprovar o Regulamento Técnico referente a Alimentos para Fins Especiais, constante do anexo desta Portaria. D.O.U., de 15 de janeiro de 1998, 1998a.

MS. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria no. 1.004, de 11 de dezembro de 1998. Regulamento técnico: atribuição de função de aditivos, aditivos e seus limites máximos de uso para a categoria 8 - carne e produtos cárneos, constante do anexo desta Portaria. D.O.U., 14 de dezembro de 1998, s. 1, p. 32, 1998. 1998b. Republicado por incorreções no D.O.U., n. 54-E, de 22 de março de1999, p. 15, 1999.

MS. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria no. 27, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento técnico referente à informação nutricional complementar (declarações relacionadas ao conteúdo de nutrientes), constantes do anexo desta Portaria. D.O.U., de 16 de janeiro de 1998, 1998c.

SOUSA, C.; FARIA, C.; NEVES, E. Avaliação da temperatura de balcões e câmaras frias de armazenamento de queijos e embutidos em supermercados da cidade de Belém–PA. Boletim do CEPPA, v.21, n.1, p. 181-192, 2003.

VANDENDRIESSCHE, F. Meat products in the past, today and in the future. Meat Science. v. 78, p. 104-113, 2008.


Texto completo: PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


 


 

 

Counters
Visitas